Região Norte
Já está em casa e se alimentando corretamente a bebê que passou pela cirurgia de videotoracoscopia (Cirurgia torácica videoassistida), feita pela primeira vez por uma equipe médica de cirurgia pediátrica da Santa Casa em um recém-nascido. A intervenção cirúrgica foi necessária para realizar uma correção no esôfago do bebê, que tinha atresia, uma má formação que o impede de se alimentar corretamente.
No caso da pequena Maria Clara, que nasceu no dia 18 de janeiro, a cirurgia corrigiu o problema e, desde o dia 25 deste mês, a criança já se alimenta normalmente. A cirurgia foi a primeira a utilizar a técnica em um hospital público do Pará e, de acordo com Eduardo Amoras, presidente da Santa Casa, a primeiro realizada com sucesso no Norte do país.
“A habilidade cirúrgica é uma exigência para a cirurgia por vídeo e no caso desta paciente de atresia de esôfago, havia a indicação, considerando as vantagens clássicas desse tipo de cirurgia que são uma menor agressão a parede torácica, o que significa menor dor no pós-operatório, um menor índice de infecção da ferida cirúrgica, melhor resultado estético e alta médica mais rápida”, explica o cirurgião Eduardo Amoras, coordenador da equipe de cirurgia pediátrica e presidente da Fundação Santa Casa.
A mãe de Maria Clara, Adriana Filgueiras, conta como soube do problema da filha. “Observei, quando ela nasceu, que escorria saliva de sua boca, e que ela não conseguia engolir. A pediatra, ainda nos procedimentos da sala de parto, detectou que era esse problema do esôfago, que não tinha passagem”, lembrou a mãe, , que também revelou ter ficado muito abalada com a descoberta, mas que agora, depois da cirurgia, se sente confiante e grata pelo tratamento recebido no hospital.
“Eu já queria ter a bebê na Santa Casa, pois várias mães que conheço já tinham falado bem da maternidade. Desde a hora que eu entrei no hospital, fui bem atendida. Quando minha filha nasceu, recebi todo o suporte, a psicóloga veio logo conversar comigo, as técnicas foram maravilhosas e me tranqüilizaram, informando que ela seria operada por uma das melhores equipes de cirurgia pediátrica do Pará”, contou emocionada a mãe.
A cirurgia foi bem sucedida e no dia 25 de janeiro, Maria Clara começou a se alimentar pela boca, sem ter precisado usar sonda. Todo o processo foi acompanhado pela equipe multiprofissional da UTI Neonatal da Santa Casa e a menina recebeu alta do hospital na manhã do dia 1º de fevereiro.
Videotoracoscopia - Como toda técnica cirúrgica a videotoracoscopia tem vantagens e desvantagens e a opção pelo método depende de fatores clínicos de cada paciente, como peso, condições respiratórias e laboratoriais. Por isso, não é indicada para todos os casos de bebês com atresia do esôfago. A decisão pelo método depende de uma avaliação rigorosa, além de uma equipe bem treinada.