CONTRA A COVID
"Depois de dias difíceis e tristes aqui dentro do Hangar, por causa desta doença, agora sinto uma mistura de alívio e felicidade. Temos que ter fé e confiar que tudo vai passar", disse a técnica de enfermagem, Shirley Maia, de 39 anos, assim que recebeu a vacina contra a covid-19 e se tornou a primeira pessoa a receber o imunizante em Belém e no estado do Pará.
Mãe e atuando há nove meses no atendimento a pacientes com covid-19, Shirley recebeu a primeira das duas doses da vacina CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantã de São Paulo, em cerimônia simbólica realizada no Hangar Convenções e Feiras do Pará, onde funciona o hospital de campanha do estado, na manhã desta terça-feira, 19.
O ato contou com a presença do prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, do governador do estado do Pará, Helder Barbalho, e de autoridades de saúde e segurança do estado.
Além de Shirley outra agente de saúde recebeu a primeira dose da vacina, a técnica de enfermagem Marielza da Silva, de 57 anos. Os imunizantes foram aplicados por técnicas da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) que se emocionaram.
"É um momento histórico para o nosso estado e município. É um início de um alívio, de uma grande campanha e, sem dúvida, a mais importante que vou participar", disse emocionada Andréa Passinho, que atua há nove meses no setor de imunização de Belém.
Plano - Durante a cerimônia foi explicado, em entrevista coletiva, como vai funcionar o plano de distribuição dos imunizantes para os 144 municípios do estado. Neste primeiro momento foram enviadas pelo governo federal 173 mil doses, sendo que o objetivo é vacinar, já com as duas doses, mais de 40% dos trabalhadores da saúde do estado, o que equivale a 58 mil pessoas, além de indígenas aldeados e mil idosos em asilos.
Em Belém a vacinação, que é de responsabilidade da prefeitura, começou no Hangar com a aplicação nos agentes de saúde que atuam no hospital de campanha e a partir de quarta-feira, dia 20 de janeiro, a imunização vai ser iniciada nos hospitais municipais, ainda sem a disponibilidade para a população em geral, que não deve procurar os postos de vacinação.
"É uma felicidade estar iniciando o plano de imunização. Faremos o que for possível para proteger o maior número de pessoas e seguiremos os protocolos da OMS, que estabelece prioridades para imunização", explicou Edmilson Rodrigues. Ele completou dizendo que a meta no final do plano, em Belém, é imunizar 70% da população, mas até agora a demanda enviada pelo governo federal ainda é insuficiente e só cobrirá parte dos profissionais de saúde do município.
A cooperação entre a prefeitura de Belém e o governo do estado vai disponibilizar pontos de vacinas em outras etapas da campanha, à medida que os imunizantes forem liberados pelo governo federal.
"Iremos disponibilizar para a prefeitura de Belém o Mangueirinho e o estádio Mangueirão, que poderão funcionar em forma de drive-thru. Essa campanha só será plena se tivermos a adesão da população e só descansaremos até que todos os paraenses estejam imunizados", finalizou Hélder Barbalho.