ARTIGO

As exportações de commodities de Paragominas e o surgimento da agroindústria

Município exportou em 2023, 749 milhões de dólares de produtos agrícolas

Texto por Adnan Demachki

Disponibilizados os dados oficiais das exportações em 2023, já é possível uma reflexão dos seus números. Os municípios paraenses que mais exportaram em 2023 foram: Parauapebas, Canaã dos Carajás, Barcarena, Marabá e Paragominas. As exportações dos 4 primeiros foram na sua quase totalidade de minério de ferro, alumínio e cobre. Paragominas, que foi o quinto município em exportações, também produziu minério, em torno de 11 milhões de toneladas de bauxita, gerando uma significativa receita de 400 milhões de dólares. Porém essa bauxita foi 100% destinada ao mercado interno.

Todos os produtos exportados por Paragominas foram do agronegócio, consolidando-se como o município líder do agro no Estado, e o que é mais importante: um agro moderno, tecnológico e sustentável. O município exportou em 2023, 749 milhões de dólares de produtos agrícolas, um crescimento de 24,9% em relação a 2022, quando vendeu para o exterior 600 milhões de dólares.
As exportações de milho cresceram 27% em 2023, as vendas de soja foram 20,5% maiores que em 2022. Mas os produtos que mais cresceram em vendas foram: O gergelim, tendo como destino principal a Índia — saltando de US$ 9.8 milhões para US$ 53 milhões, um crescimento de 540%; E a carne bovina, que cresceu 880% de US$ 1.2 milhões para US$ 10.5 milhões, driblando a guerra Israel/Hamas, ao exportar carne para Israel, mas também para a Jordânia, Líbano e Emirados Árabes.

Na contramão do crescimento, as exportações de painéis de madeira desabaram 96,5%, podendo ter migrado parte das vendas para o mercado interno, o que é difícil de mensurar estatisticamente. Todavia, melhor que exportar commodities é verticalizar a produção agrícola. E Paragominas irá vivenciar um novo tempo na sua economia. Nos próximos meses, os dois maiores players do município devem iniciar a implantação de agroindústrias: Uma esmagadora de soja para processar 2.500 toneladas de soja/dia e outra indústria para beneficiar uma variedade de produtos agrícolas, iniciando com o beneficiamento do milho.

O município terá oferta de farelo de soja e milho, criando uma extraordinária oportunidade para que novas empresas transformem essa matéria prima em ração e convertam a ração em proteína animal, como aves e suínos. O raiar da agroindústria também inaugura um novo tempo na economia do município, historicamente produtor e exportador de matérias primas. Esse novo tempo, possibilitará o surgimento de novos empregos de qualidade, maior circulação de renda e elevará sobremaneira os índices sócio-econômicos do município.


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