O escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) em Inhangapi, nordeste paraense, entregou, na última terça-feira, mais 12 cadastros ambientais rurais (cars) para extrativistas de açaí da comunidade Cariru, na Região do Cariru.

Com essa etapa de regularização ambiental, as famílias podem acionar linhas melhores de crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e participar de mercados diferenciados, como o da merenda escolar e o do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).

Antes em fase de emissão expansiva, desde 1º de janeiro deste ano, o CAR passou a ser documento obrigatório para o acesso a quaisquer políticas públicas da agricultura familiar. Também é exigido para a concessão de aposentadoria rural ante o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Atualmente, vivem 45 famílias no Cariru, que trabalham em uma área de 125 hectares de açaí manejado, colhendo anualmente 4 toneladas e meia. A colheita é vendida até pelo dobro do preço comum, considerado o contexto do nordeste paraense, visto que, por condições naturais incomuns, o açaí na comunidade é nativo em área de igapó, não de várzea, incidindo em uma safra de período exatamente contrário ao da safra típica, que é de julho a dezembro.

“A safra na comunidade vai de fevereiro a junho. Isso permite que esses extrativistas ofertem o produto na época da entressafra no nordeste paraense. A atividade, assim, se torna muito mais especial e rentável”, explica o técnico em agropecuária do escritório local da Emater, em Inhangapi, Manoel Júlio Albuquerque, um dos responsáveis pelo atendimento na comunidade.

Na entressafra, os agricultores se sustentam pela produção de farinha: são 40 hectares de lavouras, dos quais resultam 48 toneladas por ano. Além disso, a diversificação das atividades inclui cultivo de limão, tangerina e criação de galinha caipira.

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