BOLA DA VEZ?
Ainda não é oficial, mas a notícia já circula nos bastidores do mundo dos negócios. Depois de abrir um novo centro de distribuição em Cajamar (SP), uma das empresas mais valiosas do mundo, a Amazon, pretende ter uma base física na Amazônia e já estaria procurando uma área para construir este apoio logístico no Pará. Além de Cajamar, a Amazon já tem um centro em Barueri, na Grande São Paulo.
A Amazon é pioneira no comércio eletrônico no mundo e, segundo a revista Forbes, foi a segunda organização a alcançar o valor de 1 trilhão de dólares, tornando-se a segunda mais valiosa empresa do mundo, depois da Apple. O interesse pela Amazônia também pode ser subentendido pelo fato de que a empresa, com sede em Seattle, nos Estados Unidos, comprou uma briga de gigantes, por sete anos, com países da Pan-Amazônia para registrar o domínio “.amazon” (similar a “.com”, “.gov”).
Esta briga foi vencida há menos de dois meses. A Amazon ganhou o direito de criar sites que terminem com “.amazon” e cederá alguns endereços para países da Amazônia, incluindo o Brasil, cujos representantes nas negociações, funcionários do Ministério das Relações Exteriores, não ficaram nada satisfeitos. A solicitação do domínio foi feita em 2012 pela Amazon ao ICANN (sigla em inglês para Corporação da Internet para Atribuição de Nomes e Números) e enfrentou protestos do Brasil, do Peru, Bolívia e Colômbia.
POR QUE O PARÁ?
Nos últimos anos, o Pará tem despontado como solução logística para a distribuição de produtos do varejo na Amazônia e também a melhor rota de saída dos produtos do Brasil para o mundo. No estudo “Pará Investimentos: Oportunidades e Desafios 2012-2016”, encomendado pela Federação das Indústrias do Pará, o estado aparece como uma das opções mais atraentes para investimentos, pela sua localização estratégica na Amazônia.
Segundo a mais recente pesquisa do Ibope Inteligência, a região Norte é a que possui o maior potencial para a expansão do consumo no Brasil e o Pará é o estado mais interessante para as grandes redes do varejo.
Não é por acaso que nos últimos quatro anos multiplicaram-se os pontos de venda dos gigantes varejistas em Belém e no interior do Pará. Redes como Mateus e Assaí, por exemplo, já chegaram a Belém e estão se expandindo.
Há cerca de um mês, o Magazine Luíza também comprou, de uma só vez, o direito de explorar 39 lojas do Armazém Paraíba, a maioria localizada em cidades médias em todas as regiões do estado.
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Não seria surpresa se a Amazon, gigante do e-commerce que passou a também formar estoques e fazer vendas diretas ao consumidor, operando com a distribuição concentrada em grandes centros logísticos, como os de Barueri e Cajamar, também planejasse uma base física no estado do Pará.
Aguardam-se cenas dos próximos capítulos.
