Ressocialização
Ao longo do mês de dezembro, a Fundação de Atendimento Socioeducativo do Pará (Fasepa) realizou uma série de ações alusivas ao natal em suas unidades de internação. Atividades que, além de falar do nascimento de Jesus, despertou nos adolescentes e jovens privados de liberdade a vontade de seguir em uma nova vida longe da criminalidade. Na última quarta-feira (23), o Centro Socioeducativo de Benevides (Cseb) e o Centro de Internação Jovem Adulto Masculino (Cijam) apresentaram suas festividades natalinas, contando com a participação de familiares dos adolescentes em uma programação emocionante e ajudou, mesmo que por algumas horas, a diminuir a distância entre os socioeducandos e seus parentes.
Na unidade socioeducativa de Benevides, 43 adolescentes participaram da programação ao lado de seus familiares, com apresentações marcadas pela emoção. Cumprindo medida socioeducativa há um ano e seis meses, um adolescente de 16 anos, aproveitava o momento de confraternização para refletir os erros cometidos no passado que o levaram para criminalidade e fazer planos para o ano que vem está em liberdade ao lado de sua mãe. “O natal é muito bom para estar do lado da família, confraternizando. O natal representa isso e hoje é difícil estar aqui, mas foi por um erro que cometi. Espero no próximo natal está do lado da minha mãe”, afirma.
O presidente da Fasepa, Simão Bastos, afirma que ações com foco em datas comemorativas ajudam na ressocialização e processo de reestruturação da socioeducação do estado, reconfigurando a vida de jovens privados de liberdade e construindo uma nova sociedade. “Consideramos que a socioeducação vem em um caminho de estruturação e nossa busca é que possamos ter cada vez mais espaços de convivência dessa natureza para que a gente possa mostrar aos meninos a possibilidade de reconstruir a vida deles e ressignificar seus caminhos. O nosso dia a dia é desafiante, e por isso a gestão pretende cada vez mais promover essa convergência de atividades e ações para o desenvolvimento dos socioeducandos”, declara.
Entre os participantes estava a mãe, 34 anos, de um dos adolescentes que cumpre medida no Cseb. Para ela, a atividade natalina vai ajudar a guardar uma boa lembrança de seu filho, já que durante a confraternização de natal em sua casa, ele estará distante cumprindo sua medida socioeducativa. “Eu gostaria que meu filho estivesse em casa, comigo. Não dei a atenção na hora em que ele mais precisava e hoje, ver ele aqui, fez com que eu ficasse mais próximo dele e não o abandonasse na hora em que mais precisa de mim. Sem o meu filho do lado, o natal não tem graça, mas eu digo aa ele que aqui é uma oportunidade de pagar pelo que fez e dar valor a liberdade que perdeu”, disse a mãe emocionada.
As programações de fim de ano encerram na próxima semana, dia 29, com a confraternização realizada no Centro Socioeducativo Feminino (Cesef).
